Viajar Algures

Olá a todos,

Nascemos sozinhos mas vivemos sempre à procura de alguém ou apenas algo que nos supra a sensação de aperto de desconforto por estarmos socialmente sozinhos. Será que por isso me apego e não percebo se amo ou se me habituo?

Fiz uma viagem sozinha, decidi apanhar um avião e ir para uma cidade sozinha, passar férias comigo. Marquei meses antes mas a ideia apresentava-se aterradora e quanto mais perto da data maior a angústia e o medo, até que chegou o dia.... E perdi o avião.

Calma, a história continua. Como o dinheiro serve para estas situações comprei um novo bilhete para o próprio dia mas com um extra, parei em Amesterdão antes e tive que passar lá a noite.

Mesmo que inconscientemente dei por mim a pensar o que pensariam de mim em diversas situações e senti que isso retraia os meus movimentos e aumentava a sensação de desconforto. Até que dei por mim a olhar sem realmente me importar com o comportamento dos outros e percebi que pelo menos teria que considerar o mesmo, ninguém quer saber do que estou a fazer num aeroporto ou sentada sozinha num qualquer local. Andei os 8 dias a trabalhar contra essa sensação que não me traz nada de bom, apenas desconforto e amarras.

Assim, em Amesterdão, sentei-me na beira de um dos canais, comi a minha sandes, fui a um bar sozinha e falei com o rapaz do bar, sentei-me num café e escrevi sem problemas, sorri a quem me sorriu, observei quem me rodeava e andei pelas ruas sem problema, a encher os pulmões e a mentalizar-me que a minha vida é minha.

No dia seguinte prossegui a minha viagem, excepto o primeiro dia, os restantes fiquei num hostel, falei com pessoas de 4 continentes, superficial e possivelmente sem intenção de grande interacção, mas afinal, não temos que aprofundar todos os contactos, nem todos ficam amigos.

Sem querer entrar muito na viagem e mais no que esta me trouxe. É diferente de viajar acompanhada?? Nem dá para comparar, acompanhados vamos para descobrir e fortalecer laços, sozinhos vamos fortalecer-nos e conhecer o mundo pelos nossos olhos.

Assim, andei de bicicleta e a pé pela cidade, fiz as minhas refeições sozinha (nem todas), dormi num quarto com mais 11 pessoas, li um livro, sentei-me num jardim, falei com estranhos, sai da minha zona de conforto...

Pode parecer pouco para os outros, para mim foi o inicio da caminhada contra as barreiras mentais que me amarram e paralisam.

Afinal, nunca estamos sozinhos, a distância é que pode ser maior! Um pouco de fé!





Até amanhã com mais uma aventura na Capital!!


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