Animais de estimação: Adotar ou comprar?

Com tudo o que escuto no dia à dia, cada vez mais acredito que esta vida necessita de alegria extra e algum motivo que nos faça erguer a cabeça quando ela está bem pesada.

Em tempos de crise o número de animais de estimação aumenta! Acredito nisto piamente, não fiz estudo nenhum de estatística sobre o assunto mas a verdade é que com tanta tristeza, ter um animal de estimação permite aquela lambidela alegre e sem julgamentos de valor ao fim do dia ou ao acordar.

Mas não queria divagar apenas sobre isto... Ok, crise, menos dinheiro, a origem do novo companheiro de quatro patas parece óbvia: Adopção (é sem custos, ajudamos e ajuda a abstrai-nos dos problemas); Infelizmente, acho que não é o caminho seguido por muitos, mas claro todos têm o direito de escolher a origem do animal. Eu pessoalmente sempre tive a sorte de poder não pagar pelos meus animais (e sim tenho um cão da moda, também, um Labrador Retriever preto lindo, enérgico, obcecado por bolas; a minha recordação constante de Espanha onde estudei os primeiros anos de faculdade).

Relativamente a gatos, adoro gatos de raças muito especificas mas só tenho Europeus Comuns (sim, aqueles mesmo comuns, com mistura de várias raças, que andam nas ruas ou que são abandonados nos caixotes do lixo, ou até mesmo atirados ao rio... quantas histórias que escutamos). Até os meus pais que diziam detestar gatos, hoje em dia não sabem viver sem a companhia deles, em casa, a Kelly (que já teve umas complicações que implicaram gastos extra, mas isso contarei num próximo dia),. A Kelly era uma gatinha perdida num terreno vizinho, alimentada a restos mas que hoje mia a pedir só de ouvir um prato (sim ela adora cat snacks).

Já que nos sentimos tristes porque não ajudar aqueles que foram abandonados ou que precisam de uma nova família? Vão dar por vocês a sorrir, sem razão aparente, só porque o gato ronrona em direcção à manta do sofá. 

Acho que dá para perceber a minha opinião, mas se sonham com um animal especial ou de uma raça muito especifica, também existem bons criadores para isso. Não falo dos "industriais" que não se preocupam com o bem estar dos pais ou das crias, ou dos tempos que devem respeitar entre gravidezes, ou até mesmo as condições e ambiente que devem proporcionar aos seus animais. Criadores responsáveis, aqueles que vão criar um pequeno laço com os novos donos e que vão ter orgulho em mostrar as condições em que se encontram os "amigos". Não comprem só por fotografia ou pagina virtual, tentem sempre visitar e acompanhar precocemente o vosso futuro companheiro. Além de garantir que não estão a fomentar um criador sem interesse no bem estar dos animais, podem evitar futuros gastos no veterinário por problemas na reprodução e nos primeiros meses de vida.

E, no meio de todo este texto, não falei em lojas de centro comercial. É verdade, imaginam o que sente um animal exposto numa vitrina, com os toques ocasionais no vidro (proibidos por uma folha A4 impressa rapidamente na loja) e ausências repentinas da origem dos mesmo? Muitas e muitas pessoas a passar e interagir com eles mas a irem embora porque 500€ é demasiado (sei que não devemos dar um número a uma vida, mas ouvi dizer que já existem cupões que reduzem esses valores.. ridículo não? era mais inteligente reduzir o valor inicial e dar conforto e bem estar a esses animais!). Ou então aqueles que vão à loja e gastam mais 10€ num laço vermelho para poderem oferecer o animal.

Sabem que mais? Improvisem um laço, gastem 10€ numa transportadora e levem um animal que esteja para adopção. O vosso coração vai ficar cheio e vão sobrar alguns euros para cuidarem desse novo AMIGO. Amigo esse que arranjará sempre um meio de mostrar a gratidão quem tem por quem lhe deu uma primeira, segunda ou última hipótese!

Acima de tudo sejam responsáveis, um animal NÃO é um objeto, merece respeito.

Apresento-vos então o Eddie e a Kelly :)

Até amanhã, com mais uma aventura na capital!