Processionária: Lagarta do Pinheiro
Agora que se aproxima a Primavera, devemos estar ainda mais atentos aos nossos animais de estimação. Para além dos parasitas que interagem directamente com os animais, também existem parasitas da flora que os podem afetar indirectamente.
Visto que já estamos em Março, vou aproveitar para vos falar da lagarta do pinheiro, mais conhecida por Processionária. O seu nome cientifico é
Thaumetopea pityocampa e provoca danos em vastas áreas florestais de pinheiros e cedros. Tal são os danos que provocam que, são consideradas o agente mais destrutivo a seguir aos incêndios e humanos.
Thaumetopea pityocampa e provoca danos em vastas áreas florestais de pinheiros e cedros. Tal são os danos que provocam que, são consideradas o agente mais destrutivo a seguir aos incêndios e humanos.
As lagartas depositam os ovos nas copas e a sua eclosão dá-se de meados de Fevereiro até fins de Maio. Depois, descem das árvores até ao solo, em fila indiana, normalmente lideradas pela fêmea, como se de uma procissão se tratasse (origem do nome). O final da evolução destas lagartas não representa um risco (fase subterrânea e transformação em borboleta).
O principal problema da existência destas lagartas é, o facto de estarem cobertas com milhares de pelos alaranjados urticantes que se libertam ao longo do caminho. Estes pelos podem provocar reacção alérgica na pele, mucosas e olhos.
Quando um animal chega ao veterinário, depois de contactar com estas lagartas, o diagnóstico é difícil se não houver uma história fidedigna dos locais onde andou. Durante os passeios, os animais cheiram, abocanham, comem e podem, assim, contactar com esta lagarta.
Normalmente, os animais apresentam focinho inchado, língua grossa azulada, babar intenso, comichão, vómito e dor intensa à tentativa de abertura da boca. Pode ainda surgir tosse e problemas respiratórios. O choque anafilático é raro e a evolução do problema depende do tempo e quantidade de pelos urticantes que entraram em contacto ou que são inalados. É muito importante levar o animal ao veterinário pois, em casos graves, podem ocorrer lesões irreversíveis como a necrose da língua (até queda da mesma) ou lábios e cegueira.
Como se trata de uma reacção alérgica, primeiramente deve-se bloquear esta reacção. Recorre-se a corticoides e depois à lavagem abundante para eliminar quaisquer pelos urticantes. Pode-se ainda utilizar antibiótico para infecções secundárias, anti-emético (parar vómito) e colirios oftálmicos.
Atenção: Se residirem em zonas perto de Pinheiros ou deixarem os animais terem acesso a matas e pinhais, devem considerar a possível interacção com estas lagartas. Nunca devem contactar directamente com as mesmas pois também afectam humanos. Em caso de contacto ou suspeita, devem recorrer a tratamento médico e tratamento médico veterinário!
Este é um dos casos em que a história pregressa é essencial para um diagnóstico acertado e rápido.
(A procissão das lagartas)
Até amanhã, com mais uma aventura na capital.
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